ORGANIZAÇÃO SOCIAL: RESSIGNIFICANDO O FENÔMENO PARA ALÉM DA TEORIA ORGANIZACIONAL ORGANIZAÇÃO DOMINANTE

Resumo

O presente artigo trata da organização social, objeto de estudo das ciências sociais que fora deixado de lado pelos estudos organizacionais funcionalistas. Para além de um debate puramente conceitual, busca-se, como objetivo central, discutir a organização social como fenômeno que se revela a partir de relações de solidariedade. Para chegar a este entendimento, primeiramente questiona-se a distinção entre organizações sociais e organizações formais. A seguir é retomado o conceito sociológico de organização social e discutida a necessidade de uma nova forma de solidariedade para dar conta desse fenômeno. O centro do debate no artigo se dá a partir da análise de duas experiências empíricas de organização social. A primeira resulta da observação de organizações de agricultores familiares que trabalham com a perspectiva da agroecologia. A segunda, do convívio com moradores de uma região periférica de uma capital brasileira. Dentre outras conclusões, destaca-se que a organização social acontece onde existem relações sociais entre sujeitos para além das relações de natureza simbiótica. Elas surgem onde há comunicação consenso para a realização de um empreendimento comum, uma ação coletiva, e têm como elementos essenciais, que as diferenciam das organizações formais, a pertença, o propósito/projeto/sentido comum e um conjunto de relações solidárias e intersubjetivas.