O PROCESSO DE (DES) INSTITUCIONALIZAÇÃO DO MODELO EMPREENDEDOR MASCULINO: UM ENSAIO A PARTIR DA LENTE DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Resumo

O presente ensaio-teórico tem a finalidade de teorizar sobre o processo de concepção, institucionalização e desinstitucionalização do empreendedorismo, com enfoque sob a norma e a valoração da ação masculina a ele circunscrita. Inspirado e apoiado nos processos de comunicação organizacional, especialmente sob a corrente que explica o surgimento das coletividades e, por sua vez, das instituições por meio da comunicação, elaboraram-se proposições que auxiliam no entendimento de como se estabeleceu, institucionalizou e, também, como é possível modificar e, dessa forma, desinstitucionalizar o parâmetro tomado como universal para a atividade empreendedora. Como principais achados tem-se que o arquétipo tende a ser reproduzido como maneira de obtenção de legitimidade, de adequabilidade e de conformidade, entretanto, apesar de orientar e restringir os comportamentos de todos os indivíduos ele, é concebido, construído, compartilhado e passível de ser alterado e enfraquecido por meio da linguagem, por meio da interação entre os atores, por meio da comunicação. Considera-se, que ele é um arquétipo que se sobressai dentre a constelação de significados e modelos, fruto de um processo cultural, dinâmico e instável, que se dá e é alterado comunicativamente. Por fim, indica-se ainda a necessidade de se efetuar um estudo de caráter teórico-empírico que possibilite demonstrar e explicar estes processos (institucionalização e desinstitucionalização) da norma masculina do empreendedorismo, através das interações e conversas entre os atores organizacionais envolvidos.