A REPRESENTAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO NO DISCURSO DA POLÍTICA NACIONAL DE CULTURA VIVA

Marina Coelho Xavier

Resumo


A Política Nacional de Cultura Viva, instituída e regulamentada pelo Ministério da Cultura em 2014/2015, resultou de um longo processo de crescimento, descontinuidades e reestrururações de um Programa de governo que, dez anos antes, transformou a política cultural brasileira, ao incorporar um conceito antropológico de cultura, e direcionar suas ações a grupos historicamente excluídos do campo cultural: fazedores de cultura popular normalmente organizados de forma alternativa ao modelo dominante vinculado à noção de empresa. A ampliação da noção de cultura provocou uma aparente ampliação da noção de organização, e deu sinais de um movimento de reposicionamento que motivou este estudo. Objetivou-se, neste sentido, evidenciar a representação de organização na Política Nacional Cultura Viva, utilizando como teoria e método a Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough (2001, 2003). Constituíram o corpus da análise, a Lei que a institui e a Instrução Normativa que a regulamenta, além de discursos proferidos pelos dirigentes responsáveis pela Política. A análise do corpus selecionado possibilitou a identificação de elementos que apontaram para a elaboração de um pensamento mantenedor da ordem social estabelecida em relação ao que se entende contemporaneamente por organização. O reconhecimento destes grupos populares como fazedores de cultura e a valorização da diversidade e identidade da cultura que produzem, não encontrou correspondência no reconhecimento das práticas e na valorização das diferentes formas e identidades organizacionais de seus fazedores.

Palavras-chave


Política Nacional de Cultura Viva

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