QUANDO AS PORTAS FECHAM: O PROCESSO DE DEMISSÃO EM MASSA EM UMA FÁBRICA DO SETOR AUTOMOTIVO SOB A PERSPECTIVA DOS TRABALHADORES
Resumo
Este trabalho em construção parte de um processo de fechamento de fábrica de uma empresa multinacional instalada no sul do Brasil e consequente demissão em massa, e objetiva compreender como o trabalhador vivencia o processo de desligamento no fechamento de uma unidade fabril, compreendendo como se dá a relação do trabalhador com este contexto, perpassando pelas implicações psicossociais e a percepção destes trabalhadores em relação a atuação do sindicato. Para tal, entrevistamos trabalhadores por meio de entrevistas semi-estruturadas, um representante da empresa e um representante sindical. Analisa-se, de forma incipiente, com base no contexto mundial de flexibilização, desterritorialização e financeirização, como a subjetividade deste trabalhador é capturada e como este lida com o contexto da perda de emprego. Constata-se que esta captura se reflete na ausência de resistência dos trabalhadores e do sindicato. Argumenta-se que a flexibilização, alimentada por um contexto de globalização neoliberal, aliada com o enfraquecimento do sindicato e a captura da subjetividade do trabalhador, tornam o processo demissionário ainda mais impactante e fragilizam ainda mais o trabalhador. Por um lado o trabalhador se doa cada vez mais às empresas, por outro estas oferecem cada vez menos garantias de futuro.
Palavras-chave
produção flexível
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