A TRAJETÓRIA DE CELSO FURTADO COMO PENSADOR DAS ORGANIZAÇÕES E GESTOR PÚBLICO (1943-1964)

Sergio Wanderley, Fernando Guilherme Tenório

Resumo


O objetivo deste artigo é resgatar a trajetória de Celso Furtado como pensador das organizações e como gestor público entre 1943 e 1964. No período coberto por esta investigação, vemos que Furtado, que iniciou carreira no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) como assistente de organização, galgou a hierarquia do serviço público e chegou até a posição de ministro de estado. Apesar de um breve período em que não atuou diretamente como gestor público - entre 1949 e 1957, quando esteve alocado na Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) - Furtado jamais deixou de apoiar o governo brasileiro em missões da CEPAL e de promover cursos onde atuou como professor para levar treinamento aos servidores. Furtado foi um dos pensadores cuja reflexão teórica e prática ajudou a consolidar as grandes empresas de base publica do país. Sua atuação como idealizador e primeiro superintende da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) é uma das mais ricas experiências administrativas no país. Como principal divulgador das ideias da CEPAL no Brasil, Furtado contribui para uma visão das organizações que questionava a universalidade do conhecimento estrangeiro e que, com base na realidade local, reconhecia o papel do Estado e das organizações comandadas pelo Estado como uma normalidade do fenômeno organizacional, assim como entendia o gestor público como tão ou mais importante do que o privado na busca pelo desenvolvimento nacional. Resgatar a trajetória de Furtado como pensador das organizações e homem público é fundamental e, mais do que suprir uma lacuna na literatura, propicia uma base de discussão sobre o papel do estado na economia, em particular neste momento em que o mais fácil - porém não necessariamente o melhor - é optarmos pelo estado mínimo.

Palavras-chave


SUDENE

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