A IDEOLOGIA CARNISTA E O ENCONTRO ENTRE A ÉTICA ANIMAL E O DARK SIDE DAS ORGANIZAÇÕES

Tiago Franca Barreto, Francisco José Sobreira de Matos, Denise Figueirôa Bacelar, Marcos Gilson Gomes Feitosa

Resumo


A temática da consideração ética com os animais é tema cada dia mais relevante em nossa sociedade. Na esteira do avanço e apoio das pesquisas científicas, que categorizam os animais como seres sencientes - capazes de sentir dor e sofrimento semelhante ao nosso –, e do atual contexto de disseminação massiva de ideias contra a exploração animal indiscriminada, os debates acerca da ampliação da comunidade moral para os animais, tem sido cada vez mais tematizada como campo social e teórico. Neste contexto, muitas organizações estão reagindo a esta demanda social utilizando a publicidade ostensiva para divulgar práticas de bem-estar animal no seu dia a dia. Entretanto, o que elas dizem não condiz com o que elas fazem. Na ânsia de manter altas taxas de lucratividade, as organizações omitem do público processos de abuso e sofrimento animal em sua produção industrial e comercialização. Para tanto, as organizações se utilizam de um forte aparato ideológico disseminado socialmente, o carnismo, para expor a indissolúvel necessidade de continuação de suas atividades. O carnismo aqui entendido como ideologia dominante, busca tornar natural conteúdos históricos acerca do consumo e produção da carne de alguns animais, tornando legítimo e exponenciando processos de invisibilização, abuso e exploração destes. Logo, pelo advento da ideologia carnista, que suporta uma objetificação real e simbólica de alguns animais nas cadeias produtivas e no interior das subjetividades, as corporações se sentem confortáveis em manter um horizonte de desconsideração ética e invisibilização dos animais não humanos nos seus sistemas produtivos, categorizando esta relação como um aspecto do Dark Side das organizações.

Palavras-chave


Ética Animal

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